Coleta detalhada de dados sobre a história médica, incluindo uso de álcool, hepatites virais, uso de medicamentos hepatotóxicos, história familiar de doenças hepáticas e outras comorbidades.
Exame físico minucioso com foco em sinais de insuficiência hepática, ascite, encefalopatia hepática, icterícia e sinais de sangramento.
Lactulose: Iniciar com 20-30 g por via oral ou por sonda nasogástrica, ajustar para 2-3 evacuações diárias. Em casos graves, considerar lactulose retal (300 mL em 700 mL de água ou solução salina a cada 6-8 horas).
Monitoramento: Níveis de amônia sérica, estado mental e resposta ao tratamento.
Controle de Agitação Psicomotora:
Evitar benzodiazepínicos, pois podem piorar a encefalopatia.
Preferir antipsicóticos como haloperidol em doses baixas ou quetiapina para controle da agitação.
Ascite:
Restrição de sódio (2 g/dia).
Diuréticos: espironolactona (iniciar com 100 mg/dia) e furosemida (iniciar com 40 mg/dia), ajustar conforme resposta clínica e eletrolítica.
Paracentese terapêutica para ascite refratária ou com sintomas graves.
Albumina intravenosa (8 g/L de líquido removido) em grandes volumes de paracentese (>5 litros).
Sangramento Varicoso:
Estabilização hemodinâmica com reposição volêmica e produtos sanguíneos conforme necessidade.
Octreotide (50 mcg IV em bolus seguido de 50 mcg/hora de infusão contínua) por 2-5 dias. Diluir em solução salina ou glicose 5%.
Endoscopia digestiva alta para ligadura elástica de varizes.
Profilaxia antibiótica com ceftriaxona 1 g IV ao dia por 7 dias.
Infecções:
Obtenção de culturas: hemocultura, urocultura, cultura de ascite e culturas de secreções pertinentes.
Início imediato de antibióticos de amplo espectro, preferencialmente ceftriaxona 1 g IV ao dia, ajustando conforme resultados de culturas e guidelines nacionais.
Disfunção Renal (Síndrome Hepatorrenal):
Diagnóstico diferencial com outras causas de insuficiência renal aguda.
Manter volume intravascular adequado.
Albumina intravenosa (1 g/kg no primeiro dia, seguido de 20-40 g/dia).
Vasoconstritores: noradrenalina para melhora da perfusão renal.
4. Considerações Finais
Nutrição:
Iniciar suporte nutricional precoce, preferencialmente via enteral.
Avaliar e ajustar a dieta para atender às necessidades calóricas e proteicas do paciente, considerando suplementação de vitaminas e minerais.
Planejamento de Transplante Hepático:
Avaliação para transplante hepático em pacientes com insuficiência hepática grave ou critérios de transplante.
Coordenação com a equipe de transplante hepático para avaliação e listagem.
Cuidados Paliativos:
Discussão sobre prognóstico com paciente e familiares, envolvendo a equipe de cuidados paliativos quando apropriado.
Implementação de medidas de conforto e alívio de sintomas conforme necessário.
Determinação de Quadro Terminal:
Considerar quadro terminal quando o paciente não responde a terapias intensivas, com falência multiorgânica, e sem perspectivas de transplante hepático.
Implementar cuidados paliativos completos focados no conforto e na qualidade de vida do paciente.
Revisão e Ajustes:
Revisão diária do plano de manejo com a equipe multidisciplinar.
Ajustes terapêuticos baseados na evolução clínica e laboratorial do paciente.
Reavaliação periódica dos critérios de Child-Pugh para monitoramento da progressão da doença.
5. Frequência de Reavaliação
Avaliação clínica e laboratorial: diária, com ajustes conforme necessidade.
Monitoramento de sinais vitais: contínuo.
Revisão de exames laboratoriais principais: pelo menos uma vez por turno ou conforme a situação clínica.
Gasometria arterial: conforme estado respiratório e hemodinâmico do paciente, a cada 4-6 horas se necessário.