Classificação de Hunt & Hess e Escala de Fisher

Classificação de Hunt & Hess de hemorragia subaracnóidea

Escala de Fisher

FATOS

Em 1968, Willian Hunt e Robert Hess desenvolveram uma escala para classificar a gravidade da Hemorragia Subaracnóide (HSA) com base em achados clínicos, enquanto em 1980, Fisher et al. criaram uma escala radiológica associada à localização e quantidade de sangue subaracnóideo. Essas escalas são cruciais devido à alta mortalidade (35%) da HSA, que corresponde a 3% de todos os acidentes vasculares encefálicos (AVEs).

A HSA não traumática possui uma incidência global de 600.000 casos/ano. Fatores de risco incluem estresse, hipertensão, tabagismo e histórico familiar.

A causa mais comum da HSA é a ruptura de aneurismas saculares, especialmente nas bifurcações do polígono de Willis. Além disso, 5% dos casos têm origens em causas vasculares alternativas, como malformações arteriovenosas, fístulas arteriovenosas e a Síndrome de vasoconstrição cerebral reversível.

O quadro clínico da HSA é caracterizado por uma cefaleia súbita e intensa, frequentemente acompanhada de sintomas como rebaixamento da consciência, convulsões, síncope, náusea, vômitos, fotofobia e sinais meníngeos. Uma pequena parcela de pacientes pode apresentar apenas cefaleia (cefaleia sentinela), correndo risco de morte devido ao ressangramento do aneurisma se não buscarem atendimento médico adequado.

O sangue no espaço subaracnóideo desencadeia uma resposta inflamatória, elevando a pressão intracraniana e causando efeitos tóxicos, como vasoespasmos e isquemia cerebral.

O diagnóstico envolve a Escala de Coma de Glasgow, avaliação dos sinais meníngeos e déficits neurológicos, e a TC sem contraste, sendo a angiografia indicada em casos suspeitos.

A Tomografia Computadorizada sem contraste é o exame diagnóstico inicial mais apropriado, com sensibilidade alterada nas primeiras 6 horas do início do quadro. Caso a TC seja normal, uma punção lombar pode ser realizada, mas com atenção à possível contraindicação em casos de aumento da Pressão Intracraniana.

O tratamento cirúrgico precoce dos aneurismas cerebrais rotos é fundamental para prevenir ressangramentos.

As complicações da HSA incluem convulsões, hidrocefalia, isquemia, ressangramentos e vasoespasmos, este último responsável por 50% das mortes em pacientes que sobrevivem ao tratamento inicial.

As escalas Hunt & Hess e Fisher são essenciais para a avaliação clínica e radiológica da HSA, respectivamente.